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MS tem o menor consumo de energia elétrica do país no mês de outubro

Tempestades atingiram o Estado nos dias 13 e 14 de outubro, deixando muitos moradores sem energia elétrica

29 de outubro de 2021 – 17:00

Mato Grosso do Sul teve uma queda de -17% no consumo de energia na primeira quinzena do mês, sendo a maior queda de gasto do país, conforme o CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Na primeira quinzena do mês de outubro, tempestades severas atingiram Mato Grosso do Sul nos dias 13 e 14 de outubro, causando muitos estragos e deixando os moradores sem energia.

Conforme o levantamento, no geral, o país teve um recuo de 7,9% no consumo de energia. O Norte registrou aumento no consumo de energia em quase todas as unidades federativas, com exceção do estado do Tocantins. Destaque para Rondônia, que avançou 7% na comparação anual.

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Imagem: Reprodução/CCEE

No Nordeste, Ceará e Sergipe registraram a maior alta, de 4%, enquanto Bahia teve o maior recuo, de 6%. No Centro-Oeste, onde todos os estados reduziram o consumo: MS teve -17%, Mato Grosso -10, Goiás -8 e Distrito Federal -4%.

Já no Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro retraíram 15% e 14%, respectivamente. No Sul, o Rio Grande do Sul demandou 12% menos eletricidade.

Segundo a CCEE, a retração é resultado do registro de temperaturas mais amenas no Sudeste e no Sul no início de outubro, que influenciaram uma queda mais acentuada no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que atende consumidores de menor porte, como pequenos comércios e os residenciais. Vale reforçar também que os dados são prévios e podem sofrer alterações até o fim do período de contabilização.

Análise de consumo no país

Especificamente no ACR, a demanda foi de 40.917 MW médios, volume 12,5% menor frente ao mesmo período de 2020. Já no ACL (Ambiente de Contratação Livre), também conhecido como mercado livre, que atende diretamente empresas de grande e médio porte, como indústrias e shoppings, foram consumidos 21.561 MW médios, montante 2,1% acima do que foi registrado no ano passado.

Porém, a transferência de consumidores entre esses dois ambientes também é um fator que influencia os números. Se considerarmos na comparação apenas as cargas que já existiam no ACR e no ACL nos primeiros 15 dias de outubro do ano passado, ou seja, desconsiderando a migração dos últimos 12 meses, haveria quedas de 2,1% e de 10,5% nos mercados livre e regulado, respectivamente.

A CCEE também observa o impacto da GD (Geração Distribuída) no ambiente de contratação regulada. São geradores independentes, como painéis fotovoltaicos instalados em empreendimentos comerciais ou residências. Se não houvesse esse tipo de sistema, a redução no ACR teria sido menor, de cerca de 11,1%.

MS no escuro

Após as tempestades que aconteceram nos dias 13 e 14 de outubro, os moradores de Mato Grosso do Sul chegaram a ficar sem energia elétrica por mais de 5 dias. Em Campo Grande, até quatro dias após a chuva muitos moradores ainda estavam no escuro, com comida estragando na geladeira e com dificuldades até mesmo de cuidar de pais idosos durante a noite. E mais de 4 mil pessoas sem energia elétrica.

Na Capital, microempreendedora ficou com risco de perder R$ 3 mil em tortasapós ficar horas sem energia em casa. Na região rural, cerca de 10 chácaras localizadas na região da Areia, em Rochedo, distante 82 quilômetros de Campo Grande, ficaram foi cerca de 140 horas sem energia — mais de 5 dias — e amargaram prejuízos. Eles afirmaram na ocasião se sentirem esquecidos pela Energisa — concessionária que presta serviço em 74 cidades de Mato Grosso do Sul.

Empresa lidera reclamações

O número de denúncias contra a Energisa-MS — concessionária de energia que atende 74 municípios de Mato Grosso do Sul — no Procon-MS disparou este ano e já supera em 24,5% o total registrado em todo o ano de 2020.

Conforme dados obtidos pelo Jornal Midiamax, a Energisa foi campeã de queixas registradas no Procon em 2020, com 1.106 reclamações. Este ano, somente entre o dia 1º de janeiro até o dia 19 de outubro foram 1.318 reclamações. “Um número considerável”, avaliou o superintendente do órgão em MS, Marcelo Salomão.

Fonte: Midiamax.

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