Promoção será encerrada nesta quinta-feira
Publicado em 10/11/2022 – 08:41 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) encerra hoje (10) a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada pela primeira vez no formato presencial após os dois anos de pandemia da covid-19. Aberta ao público e com 61 atividades inteiramente gratuitas, a promoção reúne cerca de quatro mil estudantes de 94 escolas, na Cidade Universitária. A organização é da pró-reitoria de Extensão da UFRJ.
Nesta quinta-feira, figura entre os destaques da programação a Oficina de Criatividade. Promovida pelo Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), ela estimula o uso da criatividade por alunos e profissionais de todas as áreas.
Por meio de ferramentas divertidas e com embasamento científico, os participantes são levados a investigar seus bloqueios e explorar potências criativas, além de aprender ferramentas de uso diário como práticas de meditação, exercícios corporais, jogos de improvisação e exercícios criativos com linguagem escrita, visual, musical e teatral.
Outra dica para os pequenos estudantes é a oficina Inovações na Ciência: 200 anos de tecnologia, que parte da premissa de que a tecnologia é uma realidade na vida de todos os seres humanos. Ela apresenta imagens de células, moléculas, organismos e animais, adquiridos através de diversas técnicas, e desafia os participantes a descobrirem a partir de que microscópios e equipamentos cada uma delas foi feita. Trata-se de uma atividade interativa e lúdica que apresenta a evolução das imagens científicas ao longo dos últimos 200 anos de desenvolvimento da ciência, onde equipamentos cada vez mais potentes e especializados realizam em minutos o que antes se levava anos para se fazer. Os microscópios, por exemplo, são capazes de desvendar o interior de uma célula e mostrar detalhes de moléculas a nível atômico.
Já a oficina Alimentação e Nutrição, além da sala de aula, tratará do aumento da obesidade, redução da desnutrição e mudanças no padrão de consumo alimentar, consideradas características do processo de transição nutricional, que variam de acordo com o grau de desenvolvimento de cada país.
No Brasil, esses casos vêm atingindo de forma intensa a população, sendo mais impactantes nos mais necessitados. O problema da obesidade é complexo e de difícil enfrentamento, sendo a prevenção a melhor estratégia. Por isso, a UFRJ avalia que ações de educação alimentar e nutricional devem ser recomendadas desde a infância, oferecendo às crianças e jovens conhecimentos que levem a escolhas alimentares mais saudáveis. Essa oficina estimula a alimentação saudável, por meio de ações educativas, capazes de ensinar de forma lúdica e interativa.
As três oficinas acontecerão das 8h às 17h, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, no Rio.
Linguagem clara
Segundo a pró-reitora de Extensão da instituição, Ivana Bentes, o objetivo da SNCT é, com linguagem clara, ajudar a popularizar a ciência, a tecnologia e as inovações, a partir de atividades lúdicas e educativas, como oficinas em diferentes áreas do conhecimento. “Neste tempo de tanta desinformação negando o valor da ciência, é fundamental que a UFRJ aproxime os estudantes e a sociedade em geral do conhecimento e da produção científica brasileira. É por meio de eventos como esses que a extensão cumpre seu papel de estabelecer o diálogo entre a universidade e a população”, disse Ivana.
Em entrevista à Agência Brasil, a superintendente de Integração e Articulação da pró-reitoria de Extensão, Bárbara Tavela, uma das organizadoras da SNCT, reforçou que a iniciativa visa fazer divulgação científica para a sociedade, de todas as pesquisas, projetos e ações que a universidade promove.
“E, justamente, popularizar a ciência; fazer com que crianças, desde o ensino fundamental ao ensino médio, possam plantar a sementinha da ciência, da pesquisa, e que elas possam também conhecer um pouco de tudo que a nossa universidade oferece, além de frequentarem a parte física, para começar a conhecer o ambiente universitário”, explicou.
Bárbara acrescentou que as oficinas abrangem todas as áreas do conhecimento como humanas, saúde, tecnologia. “Temos as que tratam desde a importância da vacinação, como são criados medicamentos, até oficinas mais artísticas, circenses, de artes plásticas”, acentuou.
Para a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, “ao entrar em contato com as atividades oferecidas, crianças e jovens têm a oportunidade de conhecer a maior universidade federal do país presencialmente. Além disso, podem interagir com experimentos e se aproximar de questões culturais, tecnológicas e ambientais, que movem a sociedade de hoje e do amanhã”, salientou.
Formação
Participam da promoção escolas da região metropolitana do Rio e da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias, Magé, Mesquita e Nova Iguaçu. Professores, pais e responsáveis também podem se beneficiar das atividades.
Bárbara frisou, ainda, que a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é importante também para os profissionais da própria UFRJ, “porque os oficineiros, muitas vezes, são docentes, técnico-administrativos da universidade e estudantes de graduação, contribuindo para a formação dos alunos de fora”.
Embora a inscrição para grupos escolares já tenha terminado, o evento é aberto ao público, que pode participar das atividades oferecidas, bastando comparecer ao local.
Extensão
A extensão é a área da UFRJ responsável por conectar a universidade aos demais setores da sociedade. Com dois mil projetos de diferentes áreas, as ações de extensão atingem um público de mais de dois milhões de pessoas por ano, no Rio e em todo o Brasil, através de pesquisas, eventos, cursos, oficinas e capacitações.
A SNCT, movimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, é realizada pela UFRJ desde 2004. “Eles sempre indicam outubro como o mês da ciência, mas, por conta da pandemia, o cronograma da UFRJ foi alterado e a gente está realizando em novembro”, explicou Bárbara. Em 2020 e 2021, a SNCT ocorreu de forma virtual. “Foi outra experiência interessante para os estudantes”, finalizou a superintendente.
Edição: Kleber Sampaio.
Fonte: Agência Brasil.