Ter uma rotina com treinos de musculação é uma boa ideia para pessoas com hipertensão arterial. É o que mostra um novo estudo de pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), publicado na revista científica Scientific Reports. Os responsáveis explicam que, embora os impactos na redução da pressão por atividades aeróbicas sejam bem compreendidos, existem poucos trabalhos focados nos exercícios de força.
“As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e a hipertensão arterial é responsável por 13,8% das mortes causadas por doenças cardiovasculares. As intervenções de treinamento de força podem ser uma importante ferramenta alternativa para o controle da pressão arterial, no entanto, evidências consistentes e o protocolo de treinamento mais eficaz para esse fim ainda não foram estabelecidos”, escreveram os pesquisadores no estudo.
Por isso, o grupo realizou uma revisão da literatura existente sobre o tema, analisando os resultados de 14 estudos que envolveram 253 pacientes diagnosticados com hipertensão arterial. Além de comprovar a eficácia da musculação, o objetivo era identificar a intensidade, o volume e a duração do treinamento associados a melhores desfechos.
O trabalho mostrou que a musculação de fato reduz a pressão, e que esse efeito é mais forte quando o treino é de carga moderada a vigorosa, realizado de duas a três vezes por semana, e com uma duração mínima de oito semanas. Os resultados também mostraram que os benefícios permanecem por mais de três meses (14 semanas) caso a pessoa deixe a atividade de lado.
Treinos foram considerados moderados a vigorosos quando a intensidade foi superior a 60% da repetição máxima (RM). O conceito de RM refere-se à maior carga suportada por cada indivíduo durante a execução dos exercícios. Logo, se a pessoa aguenta até no máximo 20 kg, uma carga de 12 kg para cima seria o ideal.
Outro ponto observado que influenciou o potencial da redução da pressão nos pesquisadores foi a idade. Aqueles entre 18 e 50 anos apresentaram efeitos “consideravelmente maiores” em comparação com indivíduos de 51 a 70 anos, escrevem os responsáveis.
Fonte: oglobo.com.br