O Flamengo deu o primeiro passo para se classificar para semifinal da Copa do Brasil. A vitória magra por 1 a 0 em cima do Bahia, na Arena Fonte Nova, foi construída em cima de um jogo sólido e seguro defensivamente, e carimbada com uma dose de oportunismo de um dos atacantes mais importantes do elenco: Bruno Henrique.
O jogo começou muito estudado e com cautela das duas equipes. O Flamengo até iniciou melhor, mas logo foi envolvido por um Bahia livre, leve e solto na troca de passes. A estratégia de povoar o meio-campo com Léo Ortiz só funcionou quando Tite fez duas mudanças ainda no primeiro tempo: reorganizou o posicionamento de Pulgar e inverteu Gerson e Luiz Araújo.
O Bahia teve a posse de bola, mas chegou com pouco perigo ao gol no primeiro tempo: 9 finalizações e apenas uma no gol. Se o Tricolor era agressivo e dominava, o Flamengo sabia sofrer e controlar o jogo de forma conservadora. Era nítido o comprometimento tático dos rubro-negros, principalmente defensivamente. No ataque, o Fla deu três finalizações e nenhuma com direção ao gol.
O empate no intervalo parecia justo para os dois – mesmo após o Bahia dar três finalizações em sequência e colocar a defesa rubro-negra para trabalhar.
46 minutos: Everaldo recebe a bola na área do Flamengo, dribla Léo Pereira e ajeita o chute, mas o zagueiro se recupera e faz o bloqueio. A bola sobra para Caio Alexandre. Ele tenta finalizar mas a bola vai na direção de Jean Lucas na marca do pênalti. O meia arrisca o chute e é travado pela defesa. Por último, Cauly pega sobra e também tem chute bloqueado.
Mas a segunda etapa começou e o Flamengoabriu o placar logo nos primeiros minutos, o que mudou o ritmo da partida. Bruno Henrique, que mal tocou na bola no primeiro tempo, subiu mais que todo mundo na bela cobrança de escanteio de De la Cruz. O atacante colocou a bola para o fundo da rede. Foi o 94º gol dele pelo Flamengo, sendo o 29º de cabeça.
Esta foi a primeira e a única finalização certa rubro-negra em toda a partida. Um chance clara. Um gol. O Flamengo abriu o placar e se sentiu mais à vontade: foi para o ataque e tomou o controle da partida. Só não demorou muito para que o físico pesasse, e o Rubro-Negro diminuísse o ritmo e o Bahia iniciasse a pressão. Foram – novamente – três chances criadas em sequência, mas Matheus Cunha com duas boas defesas e a falta de pontaria impediram que o Tricolor marcasse.
No fim, o Flamengo garantiu a vitória porque soube sofrer e foi muito sólido defensivamente. Se a defesa era colocada em questão principalmente pelas dificuldades nas bolas aéreas, pode ser parabenizada pela partida segura na noite de quarta-feira. O time foi exigido, mas segurou a pressão.
A vitória tem a assinatura clara de Tite: um time sólido na defesa e competitivo independente das circunstâncias. A eficiência ofensiva – marcou na única chance clara que criou – traz uma segurança para o Flamengocarimbar a classificação em casa, e com “reforços caseiros”.
Pedro, Gabigol e Arrascaeta devem retornar para o duelo no Maracanã. Mas, apesar do resultado para comemorar, o Rubro-Negro deixa Salvador com mais duas preocupações. Michael e De la Cruz saíram com dores na posterior da coxa direita. Ambos serão reavaliados na reapresentação, na sexta-feira.
A vaga para semifinal será decidida somente no dia 12 de agosto. A vitória magra na Bahia faz o Flamengo engatar a segunda vitória seguida, às vésperas do primeiro confronto de Tite contra o Corinthians na NeoQuímica Arena.