Entidades médicas relatam desabastecimento de insulina para tratamento de diabetes no Brasil. A causa do problema seria falta de insumos para a produção do medicamento a nível global, segundo nota publicada pelo Ministério da Saúde.
O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece dois tipos de insulina: a Humulin ou Novolin NPH e a Regular. De acordo com Sylvio Provenzano, endocrinologista e integrante do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro), todos esses medicamentos estão em falta na rede. “Houve uma falha de produção desses tipos de insulina”, diz.
Nesta segunda-feira (6), a Folha entrou em contato com 14 farmácias na cidade de São Paulo e todas apresentavam algum nível de desabastecimento. Nove não tinham qualquer versão do medicamento; quatro tinham somente refil para caneta; e uma oferecia apenas a caneta da insulina regular.
O principal tratamento para o diabetes tipo 1 é a insulina, pois o paciente não produz a substância em níveis suficientes. O diabetes tipo 2 é tratado de outras formas, mas em alguns casos a injeção também é necessária.
Sylvio Provenzano ressalta que pacientes com diagnóstico de diabetes tipo 1 precisam da insulina para sobreviver. “Após quatro ou cinco dias, o paciente pode entrar em coma diabético, que tem uma taxa de mortalidade alta. Isso vai sobrecarregar o sistema de saúde.”
Questionado, o Ministério da Saúde não respondeu até a publicação deste texto.No último 2, contudo, a pasta divulgou uma nota na qual anunciou ter adotado medidas estratégicas para enfrentar “a restrição global na oferta de insulinas humanas NPH e regular, essenciais para o tratamento de pessoas com diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 no Brasil”.
Não há informações oficiais sobre o número de farmácias e hospitais desabastecidos. Procurada, a Abrafarma (Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias) diz não ter sido notificada pelas drogarias sobre um possível desabastecimento de insulina.
Da Folhapress | Foto: Unplash