Quarta-feira , Abril 9 2025

Inflação resiliente: por que o preço dos alimentos não baixa no Brasil

Basta fazer uma rápida compra no mercado, seja em grandes capitais ou em pequenas e médias cidades do país, para entender por que os preços dos alimentos estão entre as maiores preocupações do cidadão comum e virou um desafio permanente para o governo Lula, afetando negativamente a avaliação do presidente.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,64% em março, desacelerando em relação à taxa de fevereiro (1,23%). Apesar de perder força, o indicador foi alavancado pela resiliência da inflação do grupo de alimentos e bebidas, que avançou 1,09% e respondeu por 0,24 ponto percentual do IPCA-15 no mês passado.

Em fevereiro deste ano, ainda segundo o IBGE, a inflação dos alimentos havia sido de 0,61%. No acumulado de 12 meses até março, a alta é de 7,42% – bem acima dos 5,26% registrados pelo IPCA-15 no mesmo período.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação no Brasil para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ela será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

Economia aquecida e demanda maior

Outro fator que ajuda a explicar a inflação persistente dos alimentos no Brasil é o aumento da demanda interna, provocado pelo aquecimento da economia. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 3,4% em 2024, depois de já ter avançado 3,2% no ano anterior. A taxa de desemprego no país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), ficou em 6,8% em fevereiro – o menor nível para o mês desde 2014.

“Nos últimos anos, a economia brasileira vive uma fase bastante aquecida, com índices fortes de crescimento. Quando olhamos para o desemprego atual, é uma taxa baixa para os padrões brasileiros”, afirma André Diz, professor de MBA do FGV Agro. “Tudo isso sinaliza uma economia aquecida, com o mercado de trabalho crescendo no número de ocupados e no salário médio. Uma parte disso [inflação dos alimentos] é por causa do crescimento da economia brasileira. Esse crescimento da renda acaba se materializando na forma de demanda por alimentação”, explica.

No ano passado, o mercado aquecido foi um dos responsáveis pelo aumento no preço da carne. A procura interna pela proteína foi grande, ao mesmo tempo em que diversos fornecedores do exterior – como os Estados Unidos e a Austrália – recorreram ao Brasil para suprir problemas de suas produções.

fonte: metrópoles

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