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Como se proteger da ômicron: especialistas recomendam máscaras melhores

Uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento ainda funcionam, mas medidas precisam ser reforçadas para conter a variante, mais transmissível.

Por GABRIEL RODRIGUES12/01/22 – 15h27

PFF2 proporciona maior vedação no rosto e é vendida em diversos modelos e cores, inclusive em lojas de material de construção.

Uso de máscara, higienização das mãos, evitar aglomerações: tudo isso continua valendo para prevenir o contágio pela ômicron. Cada um desses cuidados, porém, frente à alta transmissibilidade da variante do coronavírus, pode ser reforçado e proteger muito mais, segundo a orientação dos especialistas. 

Nesta semana, um dos principais infectologistas dos EUA, Anthony Fauci, declarou que a variante “vai alcançar praticamente todo mundo”, mas causar menos efeitos entre os vacinados. A doutoranda em saúde pública e autora do perfil do Instagram Qual Máscara? Beatriz Klimeck, em que orienta sobre cuidados contra o contágio desde 2020, pondera que isso não quer dizer que nenhuma medida barrará a variante. PUBLICIDADE

“Essa ideia de que todo mundo vai pegar a doença faz sentido, por um lado, se continuarmos a ver ônibus lotados, se a pessoas não se cuidarem, se fizerem mau uso da máscara. Mas essa ideia faz com que o contágio pareça inevitável e a pessoa e os governos não tivessem escolha. Essa é uma doença evitável”, diz. 

O principal cuidado que ela recomenda é o investimento em máscaras com mais capacidade de proteção, do tipo PFF2 — ou, no padrão norte-americano, N95. “A preocupação é cada vez menos com uso de álcool em gel, por exemplo, e muito mais com a transmissão pelo ar”, continua a pesquisadora.

Uma das hipóteses para explicar a alta e rápida disseminação da variante ômicron, detalha a infectologista e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, é que o vírus se concentra no trato respiratório superior, estando mais presente na saliva, por exemplo. Por isso, medidas consideradas básicas precisam ser ajustadas neste momento. 

Máscara PFF2 protege mais e qualquer máscara precisa ser bem-ajustada

A Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais dos EUA (ACGIH) estima que, se duas pessoas estiverem utilizando máscara PFF2 e uma delas estiver infectada, leve pelo menos duas horas e meia para a outra também pegar o vírus. Um estudo do Instituto Max Planck, da Alemanha, demonstra que ela protege 75 vezes mais que uma máscara cirúrgica, por exemplo. 

Desde o primeiro ano da pandemia, cientistas brasileiros engrossam o coro a favor do uso das máscaras em situações de risco, especialmente em locais fechados, e agora voltam a bater na mesma tecla. “Sem dúvida nenhuma, com uma variante mais transmissível, pelo menos a máscara cirúrgica deveria ser utilizada, apesar de ser descartável”, diz a infectologista e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi.

Veja como utilizar a máscara PFF2: Especialistas recomendam opção mais segura, com piora da pandemia

O projeto PFF Para Todos mantém um site com endereços para comprar máscaras e uma conta no Twitter, seguida por quase 33 mil pessoas, com dicas de cuidados. 

Para quem utiliza máscara de pano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de um item com pelo menos três camadas. “Qualquer máscara é melhor que nenhuma máscara”, completa a médica Raquel Stucchi. Seja qual for o modelo, um dos pontos mais importantes para a utilização correta é garantir que ela esteja muito bem-ajustada ao rosto, sem soltar ar pelos lados ou escorregar pelo nariz. 

Aglomeração não é apenas multidão e encontros em grupo devem ser reduzidos 

Quem ainda associa o termo “aglomeração” somente a grandes multidões precisa rever o conceito, de acordo com a infectologista Raquel Stucchi. “Um ponto de ônibus com muita gente ao lado é uma aglomeração, não precisa ser um estádio de futebol cheio”, avalia. 

A doutoranda em saúde pública Beatriz Klimeck também ressalta que “se aglomerar” tem nuances: “Encontros sem máscara e com pouca ventilação podem ser superespalhadores mesmo sem centenas de pessoas. Há vários relatos de ceias de Natal com dez pessoas em que todas, ou quase todas, as pessoas pegaram Covid-19. Você chamaria esse evento de aglomeração?”, pontua. 

Neste momento, o ideal é limitar os encontros sociais, se possível, e sempre prestar atenção aos sintomas gripais, que merecem testagem para Covid-19. Caso o teste seja negativo, as pessoas com quem o infectado teve contato nos últimos dias devem ser avisadas e, preferencialmente, também se testar após cinco dias do contato. Há evidências de que os sintomas da infecção pela ômicron surjam três dias depois do contágio.

A infectologista Raquel Stucchi lamenta, como outros pesquisadores do Observatório Covid-19 BR, por exemplo, que os autotestes, que podem ser realizados pelo paciente em casa e têm resultado rápido, ainda não sejam adotados no Brasil. Atualmente, o Ministério da Saúde diz avaliar as especificidades da categoria para sua potencial implantação no Brasil. Seria uma forma, avaliam especialistas, de tornar os encontros sociais mais seguros.  

Distanciamento social ainda é importante

Em Belo Horizonte, a prefeitura não exige mais distanciamento mínimo entre as pessoas nos estabelecimentos, mas especialistas reforçam que manter a distância das pessoas, em ambientes abertos ou fechados, ainda é importante.

“Quem tiver amor-próprio e algum apreço pelas pessoas com quem convive deve voltar a procurar só locais abertos ou bem-ventilados e manter o distanciamento, independentemente do que os gestores públicos estão determinando”, pede a infectologista Raquel Stucchi. Encontros ao ar livre são mais seguros, por exemplo, do que os bares fechados, em que todos se reúnem sem máscara e com pouca circulação do ar. 

Já foco em álcool em gel e na medição de temperatura antes de entrar em algum local são um “teatro da higiene”, sem grande efetividade contra o vírus. Lavar as mãos continua importante, porém a atenção maior deve ser à qualidade do ar. A medição da temperatura não garante que a pessoa não esteja contaminada, porque mesmo assintomáticos podem transmitir o coronavírus.

Fonte: O TEMPO.

A MÁSCARA DE PANO NÃO PROTEJE CONTA A VARIANTE ÔMICRON!!!

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