A doença que atravessou o continente chegou a MS no dia 14 de março de 2020
Publicado em 27/02/2022, às 11h01 – Mariane Chianezi
No dia 1° de dezembro de 2019 o primeiro paciente apresentava sintomas do novo coronavírus em Wuhan, epicentro da doença na China e, menos de três meses depois, a doença ‘atravessou’ o continente e teve o seu primeiro caso confirmado em Mato Grosso do Sul. Em 14 de março de 2020, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmava, de uma vez, duas pessoas infectadas com a Covid-19 no Estado.
Quase dois anos depois do susto com os primeiros casos confirmados, MS registra meio milhão de infectados. O Painel Mais Saúde da SES registrou neste domingo (27) o total de 500.692 casos confirmados do vírus no Estado. O cenário, após os dois anos é outro: medidas flexíveis, possível fim da pandemia para uma endemia e o principal, o aumento da vacinação contra o vírus.
Conforme os registros da SES, MS tinha há um ano, 181 mil moradores confirmados com Covid e 3,3 mil mortes. De lá para cá, foram 319 mil contaminações e 6,7 mil pessoas que morreram.
É importante destacar que, há um ano, apenas os idosos com mais de 90 anos vacinavam e, atualmente, praticamente todos os moradores estão elegíveis para a vacinação.
Dois anos de contaminação, um ano de vacinação
No dia 18 de janeiro de 2021, por volta das 15h10, o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) pousava em Campo Grande trazendo esperança aos sul-mato-grossenses. Com 158.766 doses da Coronavac a bordo, começava ali o capítulo mais esperado da pandemia: o início da imunização contra o vírus que cruelmente tirava a vida de centenas de moradores.
O boletim epidemiológico de MS daquela segunda-feira, 18 de janeiro, registrava 2.686 óbitos da doença e de maneira emergencial, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), liberava a vacina do laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, para iniciar a campanha de imunização. Assim que as doses desembarcaram em Campo Grande, a SES iniciou de imediato a distribuição aos municípios.
No mesmo dia, as primeiras doses foram aplicadas no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Os primeiros a receberem a sonhada ‘furadinha’ no braço foram profissionais da saúde, uma idosa institucionalizada em asilo e uma senhora indígena: o médico Marcio Estevão Midom, de 44 anos; a indígena terena Domingas da Silva, de 91 anos; Maria Bezerra de Carvalho, de 84 anos, que vive no Asilo São João Bosco; e a auxiliar de enfermagem Sandra Maria de Lima.
Atualmente, MS tem 90% do total da meta vacinável, com mais de 5,3 milhões de doses aplicadas.
Fim da pandemia?
Mato Grosso do Sul atingiu mais de 90% da meta vacinável, no dia 23 de fevereiro, e caminha para tratar a Covid-19 como uma doença endêmica, algo que inclusive já é discutido em outros estados brasileiros e países do exterior. Atualmente, o novo coronavírus é considerado uma pandemia, quando a doença é encontrada em mais de um continente, com transmissão comunitária.
“Nós tivemos a meta atingida e estamos discutindo com diversos gestores. Neste momento, temos especialistas apontando que doença deixará de ser pandêmica para endêmica, assim como é a influenza e outras doenças virais. Desta forma, a covid vai estar dentro do calendário de vacinas, como algo regular”, explicou ao Jornal Midiamax o titular da SES, Geraldo Resende.
De acordo com Resende, a “demanda decresceu substancialmente”, não só no Estado, mas, em todo o país, porém, o momento ainda é precoce para discutir a retirada de medidas restritivas, como a máscara e outras medidas de biossegurança.
Pandemia X endemia
Uma pandemia é decretada quando o surto ou a epidemia passa a ser encontrado em mais de um continente e com transmissão comunitária, não sendo mais possível o rastreamento das pessoas infectadas. O mundo já registrou várias pandemias, como a Peste do Egito, Peste Negra e Gripe Espanhola.
Já a endemia é o nome dado a um fator que interfere negativamente na saúde de uma população, como uma doença que pode ser ou não contagiosa ou até mesmo violências que já se tornaram comuns em determinadas regiões. A endemia, no entanto, não está relacionada a uma questão quantitativa.
Uma doença endêmica é aquela que se manifesta com frequência em determinadas regiões, geralmente provocada por circunstâncias ou causas locais. Ou seja, a população convive constantemente com a doença. Um exemplo disso é a varicela que, em muitos países, tem casos registrados anualmente. Ou a malária, que em partes da África e do Brasil é uma infecção considerada endêmica.
Por aqui, ainda consideramos endêmicas doenças como a dengue e a febre-amarela, que provocam surtos em determinadas regiões todos os anos.
Fonte: Midiamax.