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Espécie de dama-da-noite é proibida, mas sem regras para extermínio da planta

Lei proíbe a Murta no Estado. Mas enquanto medida de extermínio não é regulamentada pelo Governo do Estado, a planta é facilmente encontrada em Campo Grande. Quem trabalha na comercialização de plantas ornamentais diz que a venda era bem popular, exatamente pelo perfume de “dama-da-noite” que as flores exalam, mas que há outras árvores que podem ser usadas para enfeitar os quintais e calçadas.

“As pessoas gostam porque tem flores bonitas, o cheiro é marcante e pode ser arbusto ou árvore de pequeno porte. Eu ainda não fui notificada, mas sei que em breve não poderemos vender nenhum exemplar”, diz Josiana Rodrigues, de 47 anos, proprietária de uma floricultura na Avenida Ceará.

Com 25 anos de experiência, Josiana diz não temer possíveis prejuízos, pois há outras opções de plantas ainda mais bonitas e de fácil manejo. “Tem a samambaia, a quaresmeira com as flores são bem mais bonitas, os mini ipê de jardim. Quem é vendedor vai saber oferecer a melhor alternativa para o cliente”, garante.

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) diz que o processo de retirada da planta ainda precisa da regulamentação, mas destaca que Campo Grande tem cerca de 5,21% de exemplares da espécie murta, que não é mais cultivada no viveiro municipal e nem distribuída à população através da Prefeitura. 

“Entendemos que a substituição dessa espécie deve ser realizada gradativamente, de acordo com as vistorias realizadas e o adequado manejo, que será realizado de acordo com a regulamentação”, esclarece a Secretaria.

Proibição – Conforme publicação da Semadec (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), feita no último dia 23 no DOE (Diário Oficial do Estado),  ficam proibidos o plantio, o comércio, o transporte e a produção da planta exótica, por ser hospedeira do psilídeo, causadores da doença dos citros. 

O psilídeo é um pequeno inseto, vetor da bactéria Candidatus Liberibacter spp., que causa o greening ou huanglongbing (HLB), a pior doença da citricultura na atualidade. Identificado pela primeira vez em 2004 no território brasileiro, o pequeno inseto também se alimenta  dos brotos dos frutos. 
Por isso, caberá a Semadesc “por meio de seus órgãos competentes, fiscalizar e elaborar um plano de supressão e de erradicação, com a devida substituição, de todas as árvores da espécie exótica murta, em áreas próximas aos cultivos citrícolas comerciais já existentes ou em fase de implantação no Estado”, diz o decreto.

Além disso, a pasta também poderá criar convênios de cooperação com órgãos públicos ou privados, para desenvolver ações de conscientização, gestão e operacionalização das medidas necessárias para o cumprimento do plano de erradicação da murta.

Essa proibição vem meses depois que o Grupo Cutrale anunciou investimento no valor de R$ 500 milhões no plantio de cinco mil hectares de laranja na Fazenda Aracoara, propriedade localizada às margens da rodovia BR-060, na divisa de Sidrolândia com Campo Grande.

Na época, foi anunciado que serão 1,7 milhão de pés de laranja, considerando a média de 346 pés de laranja. A previsão é de que o projeto alcance, num raio de 150 km da propriedade, 30 mil hectares plantados, garantindo o nível de produção que viabiliza a instalação de uma futura indústria de processamento da laranja em suco.

Noturnas e com o mesmo cheiro – No Brasil, outras duas espécies noturnas são populares por exalar o mesmo perfume. As flores maiores são as do Epiphyllum oxypetalum, um tipo de cacto, que se abre às 23h. Outra é a chamada Solanaceae, da espécie Cestrum nocturnum, que suas flores atraem morcegos.

fonte:campograndenews

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